Lembrança

“A lembrança mais forte que eu tenho foi a de gerar a confiança na minha família. Lá para os 15 anos, em meados dos anos 70, eu fui contratado por uma cantora, Leila, para trabalhar com ela em barzinhos tocando percussão no bairro do Rio Vermelho, em Salvador. Quando cheguei lá, tinham outros cantores fazendo também shows na noite do bairro e que passaram a me chamar para tocar percussão com eles. Foi assim que comecei a minha carreira como percussionista. Eu ganhava sempre o transporte e os cachês dos shows eu receberia no final do mês. Lembro como se fosse hoje do dia que eu cheguei em casa com uns cinco salários mínimos. Meu pai não estava fazendo nem 1 por mês! Rapaz, ele disse “Não, não! Onde você achou este dinheiro?”. Só sei que ele me pegou pela orelha e me levou para onde eu tinha achado este dinheiro. Aí Zé Rubens, que era o líder dos barzinhos, contou que eu toquei o mês inteiro, que eu tinha muito talento na percussão e que era muito querido por todo mundo. “Mas eu não quero ele envolvido com bebida”, dizia meu pai. Zé Rubens explicou que eu não bebia. Ele passou a acreditar e me deixar tocar como percussionista. O problema é que era um cachê sazonal, somente durante o verão. Terminou o carnaval e ficou um marasmo. Não tinha nada o que fazer! E meu pai foi logo me dizendo: “Quem vive de música é radiola. Vai trabalhar em outra coisa!”

70 – 79

Osvaldo Alves da Silva, o Mestre Pintado, inicia Carlinhos Brown na percussão

79

Em 1979, tocou na banda de rock Mar Revolto, em sua primeira gravação profissional

80 – 89

Carlinhos Brown se tornou um dos instrumentistas mais requisitados da Bahia no início da década de 80;

Clara da Lua

Integra a banda feminina baiana Clara da Lua, que foi criada antes da Bolacha Maria e da Didá. A Clara Da Lua já mostrava força. Foi a primeira banda que o levou ao teatro.